Qual é custo de uma análise?

A análise custa caro, e, eu não estou falando sobre dinheiro. O analisante é convocado a tatear as dores e delícias de ser quem é. O passado, o presente e o futuro passam diante dos seus olhos: ora, serão sinônimo de saudade; ora, de tristeza.

O sujeito procura por respostas, entretanto, descobre que existem outras perguntas. Assim, por vezes, confiará ao seu analista as mesmas narrativas: desta vez, contadas de forma diferente. Ao escutar e sentir o que disse, enxergará que os efeitos de uma análise são intransferíveis.
 
Diante da angústia, o sujeito percebe que o tempo vai além de algo cronológico: há algo seu, um ritmo singular. Surgem outras perguntas, feitas pela primeira vez. Ao olhar para a sua ambivalência, percebe as delicadezas da vida e contempla aquilo que, antes, passava despercebido.

Uma análise é cara: convoca o sujeito a se despedir de si, incontáveis vezes, e, diante disso, encontrar algo novo e assinar a sua história. Uma análise é, sobretudo, uma aposta na vida.